Utilize este identificador para referenciar este registo: https://hdl.handle.net/10405/1226
Autor(es): Secção Secretário, 1836-1911
Sub-secção Secretaria, 1836-1911
Sub-sub-secção Alunos e Pensionistas
Título: António Soares dos Reis
Data de publicação: 1861-1866
Descrição: Nível: Documento/Processo
Proveniência: História biográfica: SOARES DOS REIS (ANTÓNIO) - GRANDE ESCULTOR DO SÉCULO XIX (1847-1889), o maior do seu tempo e um dos maiores de Portugal, natural de Vila Nova de Gaia, discípulo de João Correia, Tadeu de Almeida Furtado e Manuel Fonseca Pinto na Academia do Porto, de Yvon, Huizel e Jouffroy em Paris e de Monteverde em Roma. Marçano na tenda de seu pai Manuel Soares Júnior - o Manuel Caniço - em Gaia, mostrou precoces disposições para as artes, logo notadas pelo seu vizinho Diogo José de Macedo e pelo pintor Francisco José de Resende. Na Escola Imperial de Belas-Artes, de Paris, teria uma carreira fulgurante, ganhando numerosos prémios e conquistando a admiração dos condiscípulos e dos próprios mestres. «Voleur de prix» lhe chamaram, numa expressão ao mesmo tempo brincalhona e despeitada, mas também amistosa e admirativa. Ali executou já obras de bom quilate, como «Le tireur d' épines» (1869) e «Pescador» (1870) - gessos ainda de jeito académico, em que, no entanto, se pressente já o artista de raça. Em 1871, após a derrota da França pela Prússia, Soares dos Reis, fugido aos horrores da Comuna, seguiu para Roma, onde respirou a plenos haustos a atmosfera da Antiguidade e da Renascença. Era o que lhe faltava para se completar. Ali executou uma das suas estátuas mais famosas, «O desterrado» (1874), inspirada no poema de Herculano «Tristezas do desterro» e nas suas próprias penas de expatriado voluntário: vasada embora nos moldes neoclássicos então em voga, já nela se admiram a pujança da maturidade e a fulguração do génio. Belo como o Sol e triste como a noite, «O desterrado» é portuguesíssimo em seu magoado lirismo, em sua enternecida expressão saudosista: é a própria saudade a palpitar e a estuar nessa pedra viva que é a carne das estátuas. De regresso ao torrão natal, ultrapassada a fase idealista, Soares dos Reis engolfa-se num largo e sadio naturalismo, em que vibra todo o seu ardente amor da verdade e da vida. Tentando esses novos caminhos, já em Roma plasmara «Cabeça de negro» (1873), de observação aguda. Surge uma série ininterrupta e prodigiosa de obras-primas. É a estátua humaníssima do Conde de Ferreira (1876), de largo sorriso bondoso e plebeu e de imponente farda amarrotada, duma naturalidade perfeita - figura que não pousa para a eternidade, antes se debruça, pachorrenta, sobre o caudal da vida. (…) A vida foi-lhe madrasta. Soares dos Reis sabia-se um eleito, tinha o orgulho natural dos eleitos e sofria por se ver incompreendido, às vezes difamado, por a vida teimar em lhe recusar aquela plena glória que só a morte lhe daria. E esta profunda ferida da alma levou-o, num momento sombrio de desespero, a procurar a paz na morte, com 42 anos só, quando já erguera uma obra imensa, um mundo de humanidade e de beleza. O Porto, querendo honrar o génio que nascera à vista dos seus muros e que no seu seio formara o espírito e a sensibilidade, deu ao seu primeiro museu, instalado no velho Palácio dos Carrancas, o nome de Soares dos Reis e reuniu na sua sala nobre as obras capitais do grande artista, em cujo arreigado lusitanismo há reflexos do sol da Hélade e ressaibos da graça nervosa de Carpeaux. Gaia, sua terra natal, ergueu-lhe uma bela estátua, da autoria de Teixeira Lopes. Muitos artistas retrataram o fundador da Escola de Gaia, em vida e após a sua morte: Teixeira Lopes (Pai), António Carneiro, Columbano, Marques de Oliveira, Carlos Reis, Roque Gameiro, Simões de Almeida, Sousa Pinto, Francisco Silva Gouveia, Tomás Costa, Acácio Lino, Diogo de Macedo, Joaquim Lopes. Caricaturou-o Rafael Bordalo Pinheiro.
Bibliografia - Pamplona, Fernando de - Dicionário de pintores e escultores: portugueses ou que trabalharam em Portugal. 2ªed. Barcelos: Civilização Editora, 1987
Assunto: Aluno--[Processo individual]--1837-1911
Academia Portuense de Belas Artes--[Processo individual]--1837-1911
Soares dos Reis, António, 1847-1889--[Processo individual]
Identificador: PT/APBA/F1-4/02
Localização Física: 288
Série: [Processos individuais de alunos]
Ligação para o Documento: http://hdl.handle.net/10405/1236
Tipo de Documento: Processo individual aluno
Condições de Acesso: Contém marca d'água
Acesso livre
Aparece nas coleções:BDArq - Processos

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